DE PASSAGEM...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O autocaravanismo na TVI (2) - Questionário

Para que a mensagem sobre "O autocaravanismo na TVI", não ficasse tão extensa, e por sugestão de quem entende muito mais do que eu, do mundo da blogosfera, resolvi criar uma outra mensagem, onde partilho convosco, as perguntas e as respostas por mim dadas ao tal questionário que me foi enviado, retirando-as assim da mensagem inicial.

- Quando e porquê começou a se interessar por autocaravanismo?
Tal como muitos outros, também eu, nos meus tempos de juventude, acampei por diversas vezes. Os anos foram passando, as auto-caravanas foram aparecendo, a vontade de experimentar essa vertente de turismo itinerante era muita, mas tempo não havia, já que os meus fins de semana, durante vários anos, estavam sempre ocupados com outras actividades de âmbito desportivo. Em 2007, esse tempo começou a aparecer, e em Agosto comprámos uma AC usada, como que para fazer uma experiência. O resultado foi positivo, a sensação de maior liberdade e facilidade nas deslocações era notória, o bichinho cresceu ainda mais, trocámos para uma nova em Junho 2008, e com ela, sempre que possível, vamos saindo , em busca do desconhecido, do sossego, do convívio com os amigos, como seja a vontade nessa altura.
- Qual é o seu perfil de autocaravanista?
Entendo que sou um auto-caravanista consciente, cumpridor das regras de respeito, não só pelos outros, mas também pela natureza, interessado, quer na procura de locais e patrimónios culturais, quer de sítios calmos e sossegados, para repouso absoluto e aliviar o stress do dia a dia da actividade profissional e acima de tudo, contribuir para a imagem positiva do autocaravanismo, como modalidade de turismo itinerante, que de resto é o anseio de todos os verdadeiros auto-caravanistas.
- Para si, o autocaravanismo é um hobby ou um modo de vida?
Neste momento e no meu caso pessoal, ainda longe da reforma, e sem saber se quando lá chegar ainda terei direito a ela, só pode mesmo ser um hobby. Quem sabe se, um dia mais tarde, também pode ser encarado como modo de vida, não a 100%, mas com uma percentagem de aproveitamento bem superior á actual.
- O que é que sente quando inicia uma viagem e o que é nunca pode ser esquecido?
Tomando como referência viagens grandes, tipo férias, claro que existe sempre ansiedade, felicidade. Nunca pode ser esquecido? Tanta coisa…em relação á AC, para além do trivial da verificação dos níveis de óleos, água, pressão dos pneus, etc, também, outras coisas mais especificas, como sejam os detergentes apropriados para o depósito de águas cinzentas (chuveiro, lavatório e lava-louças) e para a cassete química, os quais deverão partir vazios. Abastecer de água potável (no meu caso, o depósito é de 125 lt), verificar se todas as portas da célula estão devidamente fechadas, como sejam armários, gavetas, roupeiros, frigorifico, etc. Se for em relação a nós pessoalmente, nunca podemos esquecer de deixar o stress em casa, pois autocaravanismo é disfrutar a liberdade e sem stresses. Também nunca nos podemos esquecer que a nossa liberdade de autocaravanistas, começa onde acaba a dos outros, tal como termina onde começa a deles. Nunca nos podemos esquecer do civismo em casa, ele faz sempre em falta, no dia a dia, hora a hora, respeitando os outros, pois só assim poderemos ser respeitados. Acessórios? Máquina fotográfica SEMPRE.
- A duração máxima de tempo que “viveu” numa autocaravana, disse-me ontem, foram 30 dias consecutivos. Como é que se sente dentro de uma autocaravana? O veículo chega a ser uma “casa” para si?
Sentimo-nos como em casa, pois é de uma casa que se trata. Poder-se-á dizer que é uma casa em miniatura, ou uma “casinha”. Não se tem todo o espaço que se tem numa casa, mas temos tudo o que é essencial e nos faz falta. Inclusivé, e no nosso caso, até temos aquecimento central, coisa que não temos em casa.
- Pelo que percebi é uma pessoa activa e interessada no autocaravanismo que se pratica em Portugal, com participação em blogs e clubes da actividade. Porquê esta vontade de partilhar com os outros as suas experiências?
Sou sócio do CAS, e realmente, outros companheiros, empurraram-me para fazer um blog, afim de também poder partilhar as experiências que vamos tendo. E, sem qualquer duvida, é nos blogs dos nossos companheiros, que vamos buscar muita da informação que necessitamos, ao querer programar uma ida a sítios para nós desconhecidos. Daí que, a vontade de partilhar, seja tão grande ou maior que a vontade de ir colher informações igualmente partilhadas pelos outros. Acho que isso se deve ao espírito autocaravanista, que não é mais do que, com as nossas experiências, tentarmos ajudar os outros no bom e no mau. Se achamos bom, gostamos que os outros também partilhem disso e se achamos mau, é um alerta para que outros não caiam nos mesmos erros. Auto-caravanismo, também é dar e receber, é ajudar e ser ajudado.
- Consegue identificar a melhor e a pior experiência vivida enquanto autocaravanista?
Quanto á melhor, é difícil apontar apenas uma. Não podendo esquecer a beleza da Cote d’Azur, a experiência de Marrocos, foi imensamente enriquecedora. Os contrastes das paisagens, o pôr e nascer do sol nas dunas de Merzouga, o sentir naquele povo, que pouco ou nada têm, que um simples sorriso nosso é como se estivéssemos a dar-lhes um tesouro. O sorriso daquelas crianças, quando lhes dávamos um lápis, uma caneta ou uma borracha, não tem preço. A felicidade deles contagiava-nos. A hospitalidade que lá sentimos, terá sido a nossa maior experiência na ainda curta vida auto-caravanista. Este ano, em Maio, vamos lá voltar, e fizemos questão de, a pouco e pouco, ir separando roupas, brinquedos e outras coisas que já não fazem falta em nossa casa, afim de levarmos para lá. Quanto á pior, essa é fácil. O assalto que nos fizeram, num parque de estacionamento em Santa Apolónia, enquanto tínhamos ido ver o fogo de artificio na passagem de ano 2007/2008. Ás 00,25 já estávamos a apresentar queixa da esquadra (por sinal a queixa 01/2008 na PSP de Lisboa) e dali só saímos já perto das 2 e meia da manhã. Saímos, mas ainda que sem documentos da AC (apenas com uma declaração amavelmente passada lá na esquadra, em como os mesmos tinham sido roubado) não deixámos de seguir para o destino previsto…Serra da Estrela. Felizmente não temos qualquer outra má experiência. Nesse aspecto somos uns sortudos.

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