DE PASSAGEM...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O autocaravanismo na TVI (1) - Bastidores

O autocaravanismo esteve hoje presente na TVI.
Na sequência de uma pesquisa feita em blogs e sites ligados a esta actividade, a produção do “Você na TV”, através da Jornalista Vera Sobral, contactou vários companheiros praticantes desta forma de turismo itinerante.
Acontece que, alguns deles, não se sentindo á vontade para participar, como que passaram a palavra a outros, reencaminhando o mail recebido, e sabendo das eventuais disponibilidades.
No que me diz respeito, a palavra foi-me passada no dia 7 deste mês, pelo João Morgado, autor do blog As minhas Viagens, e, porque nesta semana mais curta iria estar por Lisboa, acedi e disponibilizei-me a dar o meu modesto contributo.
De imediato ele passou o contacto á referida jornalista, que, ao falar comigo, pretendia encontrar companheiros nossos que tivessem experiência de “meses” seguidos de autocaravana.
Bem, por mim, essa experiência continua, era apenas de um mês, e lembrei-me do bracarense Resende, ele que já tem um largo “cadastro” de viagens e que tanto me ajudou na preparação da minha ida a Marrocos no ano passado.
Pediu-me que falasse com ele, para saber se estaria disponível, e assim fiz.
Depois, passei o contacto a ela e também ao Matos do CAS, o qual também já tinha sido "empurrado" por outro companheiro que não podia aceitar o convite.
No primeiro contacto, e porque pretendiam mostrar a vivência ao longo de muito tempo seguido numa AC, (chegaram-me a falar de "fazer a vida" numa AC, ao que fui alertando que, fazer a vida numa AC, que eu soubesse, só gente do leste ou dos gangs de assaltos...) ainda fiquei receoso do “produto final”, mas desde logo fui incutindo na Vera Sobral, a necessidade de ser apresentada a imagem do verdadeiro autocaravanista, daquele que respeita os outros, a natureza, os códigos, enfim, do civismo, e não do autocampismo, cujas implicações nos vão causando alguns dissabores, pois “comemos todos por tabela”.
Aliás, há que dizer que o programa, inicialmente, teria o titulo "A vida numa Eutocaravana", mas acabou por se chamar "Férias numa Autocaravana".
Fiz-lhe ver a necessidade de ser mostrada a manutenção de uma AC, para ser visto o que se deve fazer. Faltava saber onde se iria fazer isso.
Paralelamente, nos contactos com o companheiro Matos, acertaram que iam á Batalha no dia 14, local onde se encontrariam os participantes no encontro do CAS.
Diria que se juntava o útil ao agradável, pois eu também iria lá estar, e assim, a Área de serviço já estava encontrada, pois a Batalha é amiga do autocaravanismo, e temos ali uma infraestrutura daquele tipo, á nossa disposição.
De seguida, havia que responder a um questionário, o qual, pelo alinhamento do programa de hoje, deduzo que tenha servido para fazerem o guião.
Essas perguntas e as respostas por mim dadas, encontram-se numa outra mensagem, imediatamente após esta.
Também me foram solicitadas fotos de locais visitados, afim de seleccionarem algumas para apresentar no directo de hoje.
No domingo, lá estávamos todos na Batalha, e por curiosidade, a apreensão da jornalista, era em relação ao não ser aconselhável ver imagens dos dejectos sólidos…Claro que lhe fui logo dizendo que não se preocupasse, pois com o produto químico que lá se coloca, tudo fica desfeito, bem cheiroso e com cor esverdeada.
Depois, foi o preparar algumas dicas consideradas importantes de referir no directo, assim houvesse oportunidade.
Ontem á noite, era a hora de pernoitar num parque de estacionamento da TVIe de conhecer um outro companheiro que também ia estar presente, de seu nome David Estrela, morador nos arredores de Arruda dos Vinhos e autor do site Estrelas na rota da seda
Amena cavaqueira até perto da meia noite, onde aproveitei para conhecer o Danibeja, mais um “doente” do autocaravanismo, e que amavelmente foi ter comigo afim de esclarecermos algumas duvidas sobre as legislações em vigor.
Noite chuvosa, mas nada que me tirasse o sono, pois já vinha com a rodagem feita, fruto das duas noites anteriores, dormidas em Tomar, e ambas bem molhadas.
Ás 7h30m havia que estar a pé pois seria gravado o pré-genérico, a apresentar antes do inicio do programa.
Confesso que ainda nem vi as imagens, pois na altura em que foram para o ar, não estávamos no interior do estúdio, mas sim á porta do mesmo. Mais logo quando chegar a casa, já sei que, a fazer fé nas palavras da Vera Sobral, estava com uma cara de sono, impressionante (eu bem que a vi a rir-se por traz do Goucha)…pudera, ter de acordar ás 7h, tinha de fazer mossa.
Indicação recebida para estar ás 8h45m na recepção, e a partir daí, mais uma amena cavaqueira dos 3 personagens, seguindo-se ligeira maquilhagem.
Um susto…quando ao ir ocupar o lugar de onde saía a Cristina Ferreira, dou com ela da minha altura…algo não batia certo, não era essa a ideia que tinha dela, mas enfim. Depois, já em estúdioe antes do programa, descobri o enigmaTempo para colocação de microfonese ainda para fazermos umas fotos, aproveitando a tecnologia ali ao disporFoto do trio da vida airada…Preparação da entrada atraz do Goucha, com o pormenor de termos ali uma camera-womanDepois…bem, depois, acho que se conseguiu dar uma imagem do verdadeiro autocaravanismo, do civismo, do respeito, enfim, dos valores que nós defendemos.
Tinha pedido para ser o ultimo a intervir, e assim foi, não porque as câmaras ou os microfones me assustem, mas porque sabia que os 2 companheiros iriam ser mais metralhados pelas experiências já tidas, a intenção era ouvir o que eles iriam falar, para além dos comentários ás fotos, e poder complementar eu depois com mais algumas achegas.
Após várias reportagens, quer em televisões, quer em jornais, que tão má imagem têm passado da nossa actividade, de que é exemplo o DN de sábado passado, para cujo teor nem encontro adjectivos, e muito sinceramente, penso que se conseguiu atingir os objectivos, não todos, obviamente, pois muito haveria para dizer e “arrear” nos prevaricadores, mas pelo menos, ficou o essencial.
Fomos 3 simples autocaravanistas, sem representar clubes, associações ou seja lá o que fosse, que estávamos ali, única e simplesmente para ajudar um colectivo que tão mal tem sido tratado.
Pela minha parte fiz o que pude. Eles também, e não esquecer ainda o Matos na entrevista na Batalha, pese embora o facto de eu mal ter visto, tanto essas imagens, como as da manutenção da AC, pois enquanto passavam esse video, estávamos em conversas cruzadas com os apresentadores.
No intervalo que se seguiu, tive oportunidade de, logo ali (e porque no directo já não consegui meter a “bucha”) agradecer ao Manuel Luis Goucha, em nome da Família Autocaravanista, a maneira como apresentaram o tema, salientando que, finalmente, o autocaravanismo tinha sido visto pela positiva e não pela negativa, como tem acontecido no passado recente, tendo-lhe dado o exemplo do DN.
Para que conste, a resposta dele, imediata, foi: “calma aí, autocaravanismo é isto de que falámos, é em autocaravana… campismo, é nos parques de campismo, e há que denunciar quem infringe”.
Pensei de imediato: “ás vezes as surpresas vêm de onde menos se espera…”
Pelos vistos ele tinha feito os trabalhos de casa e a lição estava bem estudada. Diria que bem melhor do que qualquer um de nós possa pensar.
As “tristes figuras” só á noite as vou poder ver, pois a box ficou programada para gravar.
Para quem tem solicitado a visualização das imagens, apenas posso dizer que, da parte da produtora foi-me garantido ontem á noite que não era possível pois há mais de um ano que há quem espere por elas e não as arranjam.
Contactei um amigo meu, que me disse que iria gravar, e depois arranjaria maneira de me enviar um link…estou a aguardar, mas quando, e se, chegar, logo o partilharei com todos.

2 comentários:

João Morgado disse...

Companheiro Vitorino,

Não vi nenhumas "Tristes Figuras", antes pelo contrário e só vos temos (todos nós autocaravanistas) a agradecer pelo vosso desempenho em mostrar aquilo em que acreditamos.
OBRIGADO aos três e também à TVI.

Unknown disse...

So tenho pena de apenas mostrarem a parte cor de rosa pois deveriam ter sido salientados os problemas que esta nossa actividade acarreta