A unica novidade, foi a aparição de uma chuvita de noite...de repente começou a desabar água, e bem, pensei logo que ficaria com a AC lavadinha, mas para desencanto, ao fim de 2 ou 3 minutos, já tinha parado. Entretanto, aproveitámos também para fazer já a encomenda de uma tajine para ámanhã ao almoço. Feita aqui mesmo no camping, a ver vamos que tal sai. De qualquer modo, boa ou má, será também em "homenagem" ao Companheiro David Estrela, que neste momento anda lá pelo Irão, mas que me "encomendou" essa tajine, logo no dia da TVI, e me relembrou do recado, nas vésperas da partida para a sua grande aventura. Ao final da tarde, veio até aqui o filho do nosso amigo Mustapha, a quem lhe entregámos as lembranças que tinhamos para o pai dele, e ficámos convidados para irmos ámanhã a casa deles, pelas 16 horas, beber um cházinho com ele e a mãe, mesmo ao lado dos Bombeiros. Ele fala muito pouco francês e possivelmente a mãe ainda será pior...pelo que antevejo uns momentos com muita mimica e poucas palavras. Mas lá estaremos.
10-05-2010 – TATA / GUELMIM / PLAGE BLANCHE – 350 (2.776) kms
Mas será que as estradas estreitas não acabam mesmo? Á saída de Tata, até que dava a impressão de haver mais largura, mas rápidamente voltámos ao mesmo... Paisagens idênticas ás da véspera,
aqui e além, de novo muito vento, condução calma, e de tal maneira calma, que bati o recorde do baixo consumo da minha AC. Pois é, tinha atestado em El-Kelaá M’Gouna, a terra das rosas, e ao atestar de novo, tinha feito 1.078 kms, com 85,59 Lt, o que deu uma média de 7,94 Lt/100 kms... Claro que o computador de bordo dava 7,2...mas essa diferenção já é normal. E só de me lembrar que ontem, antes de começarem os ventos, até vinha com 6,9 e 7,0.... Sei que os consumos que faço, causam confusão a alguns companheiros (as), mas é a verdade dos numeros. Este abastecimento, foi repartido. Muito embora tivesse gásoleo para chegar a Bouizakarne, resolvi meter 20 Lt antes, numa bomba indicada por uns policias. Sinceramente, não me lembro de alguma vez ter visto, ao vivo, tal abastecimento. Electricidade não há por aquelas bandas, daí que...vai de manivela.
Vá lá que resolvi só meter 20 Lt, caso contrário, desgraçado do empregado... Já agora, o gasoleo ali era a 7,5 Dh, ligeiramente superior aos 7,34 e 7,39 habituais, mas acho que perfeitamente justificado pelas condições “artesanais” do abastecimento. Estrada fora, longas e estreitas rectas
Sempre com atenção a tudo o que apareça a atravessar-se á nossa frente, sejam dromedários...
Rebanhos de cabras e ovelhas...
Ou alguns répteis...
Ora digam lá, se este LAGARTO não é mesmo lindo? Pelo caminho, ainda nos cruzámos com companheiros auto-caravanistas...
E, á falta de uma sombra para almoçar, vá lá que encontrámos um cruzamento, desviámos e fomos aproveitar a maior largura da outra estrada
Passagem por Guelmim sem sobressaltos...
sabendo eu que, recentemente, duas AC’s francesas levaram com umas pedritas..., e chegada á Plage Blanche, após mais quase 60 infindáveis kilómetros, se bem que de excelente piso. Contava vir encontrar aqui mais AC’s, mas nem sombra delas. Em Fevereiro, Março e até meados de Abril, é que há muitas. Sitio calmissimo (N 28º57,81' - W 10º36,22'), e de imediato fomos convidados, e autorizados, a pernoitar junto ao posto de controle maritimo
Era tempo de descer as dunas até á praia, dar um passeio á beira mar, ir a uma barraquinha dos pescadores, comprar uns peixinhos acabadinhos de sair do mar e regressar á nossa casinha ainda a tempo de ver o delicioso pôr do sol
Enquanto ia fazendo uns bonecos do pôr do sol, o jantar ia sendo preparado...um dos sargos, com mais de meio kilo, lá teve de marchar...
A seguir á janta, ainda houve tempo para beber uns moscatéis, na companhia do guarda do posto. Excelente pessoa, que ali vive e trabalha sozinho, por periodos de 10 dias, após os quais é rendido por outro colega, e assim sucessivamente em constante rotação entre os dois.
09-05-2010 – MHAMID / ZAGORA / AGDZ / TATA – 467 (2.426) kms
Terá sido a noite menos descansada até agora, já que a "festa" durou até cerca da uma da manhã, e depois ainda se ouviam vozes na conversa. Pequeno almoço tomado, era horas de abandonar o campinge voltar aos kilómetros já feitos em sentido contrário, e logo com uma cena deplorável, á saída de Mhamid. Eu sei que detestámos Mhamid, sei que é uma cidade suja, diria mais....diria mesmo “porca”, mas daí a fazer aquilo que vimos uma AC holandesa....despejar as águas sujas, na berma da estrada, 1 km á saída da povoação....só visto. Mal sentiu a nossa aproximação, enfiou-se a correr dentro da AC, arrancou e até se esqueceu de fechar o depósito. Belos exemplos... Paragem em Zagora para algumas fotos
E para comprar postais, pensando eu que ia encontrar alguma coisa de geito. Realmente, os melhores que havia, eram de....Merzouga. De positivo, o frango assado que comprámos, temperado com alecrim, açafrão e outras coisas mais que não conseguimos identificar. O sabor do alecrim, fez-nos lembrar as belas paelhas valencianas. Chegados a Agdz, virar á esquerda e entrar na interminavel ligação até Tata. Eu a pensar que já me tinha visto livre da estrada estreita, onde as viaturas para se cruzarem têm de pisar as bermas direitas, e afinal, tinha mais 200 e tal kilometros pela frente. E uma agravante, a aproximação aqui a Tata, era muitissimo ventosa, com muitos remoinhos de areia, alguns a atravessarem a estrada mesmo á nossa frente...paisagens secas e agrestes...
zonas onde parecia terem andado a esculpir as montanhas
Estrada com pequena camada de areia que se levantava ao passar das viaturas, seja da nossa...
seja de outras em sentido contrário
Tempo ainda para ver mais estragos causados pelo inverno...
Faz confusão como é que no meio daquele deserto, as águas conseguiram destruir essa ponte. Enfim, condução com muita precaução, e chegada ao camping municipal de Tata (N 29º44,826' - W 07º58,439'), cujas coordenadas do Guia Gandini não estavam correctas, mas valeram as placas de indicação. Por outro lado, a imediata decisão que aquele camping era mesmo para só lá dormir e arrancar na manhã seguinte. Casas de banho deploráveis e nem chuveiros havia. Local para despejo das águas cinzentas...nem me etrevi a abrir a tampa. Assim, e embora fosse piso acimentado, coisa rara por estas bandas, o destino ficou logo traçado. Tata, uma vila toda ela pintada de tons de rosa e azul. Cores rigorosamente iguais em todas as casas, e com a particularidade dos pilares das arcadas serem todos revestidos de azulejos.
2 comentários:
Olá Vitorino!
Com a sardinha a esse escandaloso preço, quando vier encha a AC com ela que o Santo António agradece.
Continuação de bons momentos.
Viva amigos pela escrita publicado vejo que esta tudo a correr bem. Férias e para isso ficamos contentes pela viagem estar a ser boa e aproveitem para descansar e curtir. Um abraço de Arruda para Marrocos, Luis e Linda
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